História do carnaval e suas origens
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Durante essa semana na EMEF Maurício Goulart, os
professores estarão explicando para os alunos a história do Carnaval. Você
também quer conhecer?
O carnaval é a festa popular mais celebrada no
Brasil e que, ao longo do tempo, tornou-se elemento da cultura nacional. Porém,
o carnaval não é uma invenção brasileira e tampouco realizada apenas neste país.
A História do Carnaval remonta à Antiguidade,
tanto na Mesopotâmia, quanto na Grécia e em Roma.
A palavra carnaval é originária do latim, carnis
levale, cujo significado é retirar a carne. O
significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a
quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma
tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã.
Na antiga Babilônia,
duas festas possivelmente originaram o que conhecemos como carnaval. As Saceias eram uma festa em que um prisioneiro
assumia durante alguns dias a figura do rei, vestindo-se como ele,
alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o
prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado.
O outro rito era realizado pelo rei nos
dias que antecediam o equinócio da primavera, período de comemoração do ano
novo na região. O ritual ocorria no templo de Marduk, um dos primeiros deuses
mesopotâmicos, onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente
da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei
à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.
O que havia de comum nas duas festas e
que está ligado ao carnaval era o caráter de subversão de papéis sociais:
a transformação temporária do prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente
ao deus. Possivelmente a subversão de papeis sociais no carnaval, como os
homens vestirem-se de mulheres e vice-versa, pode encontrar suas origens nessa
tradição mesopotâmica.
As associações entre o carnaval e as
orgias podem ainda se relacionar às festas de origem greco-romana, como os
bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam festas dedicadas ao deus
do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos),
marcadas pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Havia ainda em Roma as Saturnálias e as Lupercálias. As
primeiras ocorriam no solstício de inverno, em dezembro, e as segundas, em
fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das
purificações. Tais festas duravam dias com comidas, bebidas e danças. Os papéis
sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se
nos locais de seus senhores e estes se colocando no papel de escravos.
Mas tais festas eram pagãs. Com o
fortalecimento de seu poder, a Igreja não via com bons olhos as festas. Nessa
concepção do cristianismo, havia a crítica da inversão das posições sociais,
pois, para a Igreja, ao inverter os papéis de cada um na sociedade, invertia-se
também a relação entre Deus e o demônio.
A
Igreja Católica buscou então enquadrar tais comemorações. A partir do século
VIII, com a criação da quaresma, tais festas passaram a ser realizadas nos dias
anteriores ao período religioso. A Igreja pretendia, dessa forma, manter uma
data para as pessoas cometerem seus excessos, antes do período da severidade
religiosa.
Durante os carnavais medievais por
volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se
fantasiavam de mulheres saíam nas ruas e campos durante algumas noites.
Diziam-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os
domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e
bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.
Durante o Renascimento,
nas cidades italianas, surgia a commedia dell'arte,
teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença,
canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com
carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza,
os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz
negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma
máscara branca.
A história do carnaval no Brasil
iniciou-se no período colonial. Uma das primeiras manifestações carnavalescas
foi o entrudo, uma festa de origem portuguesa que na colônia era praticada
pelos escravos. Depois surgiram os cordões e ranchos, as festas de salão, os
corsos e as escolas de samba. Afoxés, frevos e maracatus também passaram a
fazer parte da tradição cultural carnavalesca brasileira. Marchinhas, sambas e
outros gêneros musicais também foram incorporados à maior manifestação cultural
do Brasil.
Quem já não ouviu essa marchinha de carnaval?
Blog do Maurício
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