Manuel Querino
Herói que precisa ser conhecido
Depois de uma curta temporada no Piauí, Manuel Querino foi recrutado para a
Guerra do Paraguai, seguindo para o Rio de Janeiro em meados da década de 1860,
onde trabalhou como escrita do seu batalhão. Em 1970, findada a guerra, voltou
para a Bahia, onde passou a trabalhar como pintor durante o dia e estudar
humanidades à noite, no recém-criado Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, sendo
aluno de Miguel Navarro y Cañizares. Posteriormente, também frequentou o curso
de Desenho e Arquitetura na Academia de Belas-Artes, tendo obtido destaque como
exímio desenhista geométrico.
Como pesquisador, coletou fontes orais e buscou o reconhecimento da
contribuição do negro na história do Brasil. Seus escritos sobre personalidades
negras e mestiças insurgiam contra o preconceito e a inferioridade que cercavam
o negro deste país.
Especialista na temática da formação social do Brasil,
Querino renegou e combateu as previsões pessimistas que faziam intelectuais
defensores do racismo científico como Gobineau e Lapouge, entre outros. O seu
artigo “O Colono Preto como Fator de Civilização Brasileira”, apresentado no
Sexto Congresso Brasileiro de Geografia é uma resposta aos escritos de Nina
Rodrigues.
Apesar da decepção com a extinção da Liga Operária, Manuel Querino não
desanimou e seguiu a luta em favor da classe operária e da República.
Em 1887
lançou o seu jornal chamado “A Província”, que circulou desde 20 de novembro de
1887, dia do lançamento, até o final de 1888. Querino produziu o que se
chamaria hoje de um “jornalismo militante”, não era jornalista por profissão,
mas utilizava o seu jornal para difundir a suas ideias e opiniões.
Com o abandono da política, Manuel Querino voltou seus olhos para a
pesquisa das manifestações populares e da cultura afro-brasileira, tendo
escrito inúmeros livros sobre o tema, com ênfase na historia da Bahia, em artes
e costumes. Foi seguramente o primeiro intelectual a reconhecer e divulgar a
contribuição das culturas africanas à cultura brasileira.
Faleceu em Salvador,
no dia 14 de fevereiro de 1923, vítima da malária. Inúmeras homenagens
sucederam a morte do intelectual, na Câmara Municipal de Salvador, no Instituto
Geográfico e Histórico da Bahia, no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola de
Belas Artes, entre outros lugares pelos quais Querino passou e por onde
contribuiu com sua luta, sua inteligência e seu talento.
Querido
público do Blog do Maurício imagine um personagem de nossa história e tão pouco
conhecido?
Estudou
e estudou.
Através
dos estudos conseguiu perceber a importância das Artes na construção da valorização
de um povo.
Ele
conseguiu desenvolver um trabalho focando na valorização da cultura africana,
mas com olhar para arte e ao mesmo tempo para luta operária.
Percebendo
a importância de aprender e ensinar a todos.
Um
verdadeiro herói de nossa história.
Equipe
Blog do Maurício
Evelyn
Verão
2014/2015
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