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sexta-feira, 17 de julho de 2015

#Metrópole

Museu da Resistência

ExposiçõesO Programa de Exposição do Memorial da Resistência de São Paulo tem dois segmentos principais: exposição de longa duração, voltada para o histórico do edifício e seus respectivos desdobramentos de controle, repressão e resistência, e exposições temporárias, com argumentos extraídos da exposição de longa duração.

O Memorial organiza três exposições temporárias por ano: uma com base em pesquisas realizadas pela equipe do Memorial; uma relacionada à América Latina e/ou ao Programa de Residência Artística (bianual), ou seja, um olhar sobre a instituição e/ou temas pertinentes; e uma desenvolvida de acordo com propostas externas.
Durante a visita, com as exposições, temos a impressão de estarmos diante da história que gostaríamos deixar escondida debaixo do tapete, pois é vergonhoso e ao mesmo tempo gratificante saber que a democracia foi conseguida a partir de tantos heróis intitulados subversivos.
Além destas exposições, temos ainda um prolongamento da Pinacoteca com exposições ligadas a grandes mestres da Arte Moderna no Brasil.
Vale a pena ou não esse passeio cultural?

Exposição Ausenc’a – Gustavo Germano (Fotografias)
A exposição retrata a ausência dos entes queridos em 12 famílias de vítimas da ditadura civil-militar no Brasil (1964-1985) e 2 famílias de vítimas na Argentina (1976-1983). É composta de 14 pares de fotografias, sendo que cada uma, retirada de álbuns de familiares, é contraposta a outro retrato na mesma pose, tirado recentemente pelo fotógrafo, evidenciando a ausência do desaparecido político. Testemunham momentos comuns, cotidianos – brincadeiras, passeios, almoços… – compartilhados pela família no passado e não mais possíveis no presente.
Ausenc’as (lê-se “ausências”) foi produzida pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano. A exposição é composta por 14 dípticos (pares de fotos), retratando 12 famílias de vítimas da ditadura civil-militar brasileira (1964-1985) e 2 famílias de vítimas da ditadura argentina (1976-1983). A mostra conta também com um vídeo, que mostra o processo de recriação das fotografias.
A primeira versão do projeto Ausenc’as foi realizada na Argentina em outubro de 2007, tomando como marco os 30 anos depois do golpe militar de 1976, que deu início à última ditadura civil-militar daquele país. Partindo das fotos de álbuns familiares, Gustavo Germano acompanhou e fotografou familiares e amigos de mortos e desaparecidos políticos nos mesmos locais em que haviam sido fotografados anteriormente. Em condições similares, Gustavo destaca com as novas fotografias “a dolorosa presença da ausência do ser querido”.
Foram realizadas exposições tanto na Argentina como em outros países da América Latina, o que inspirou Gustavo a colaborar também na visibilização das vítimas de regimes de exceção e na luta pela Memória, Verdade e Justiça dos familiares de outros países. Iniciou, então, uma nova série fotográfica no Brasil, e pretende estender seu trabalho especialmente entre os países latino-americanos que foram atingidos pela Operação Condor.
O projeto inicial foi realizado com o apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República do Brasil, o trabalho de produção foi da Associação ALICE e a coordenação geral ficou a cargo de Luciano Piccoli. A exposição, intitulada “Ausências Brasil”, foi realizada pela primeira vez no Arquivo Público do Estado de São Paulo, em agosto de 2013.
A Operação Condor
A Operação Condor foi uma cooperação entre ditaduras na América Latina, permitindo que os serviços de inteligência e forças de repressão de cada país trocassem entre si informações sobre pessoas consideradas “subversivas”. Durante esta ação, muitos cidadãos da Argentina, Chile, Uruguai, Brasil, Paraguai e Bolívia foram sequestrados, desaparecidos e assassinados.
O jornalista e presidente do Centro de Estudos Legais e Sociais da Argentina (CELS), Horacio Verbitsky, observa que o “desaparecimento forçado” foi um método comumente utilizado nas ditaduras a partir da segunda metade do século XX. Os militares latino-americanos acreditaram que, sem corpos, não poderiam ser responsabilizados pelos crimes e não teriam de prestar contas de seus atos. “Mas, ao contrário, conseguiram que aquele passado atroz tenha se tornado um insone presente perpétuo, como a maldição que Neruda pensou para Franco”, continua.
Memorial da Resistência de São Paulo
Largo General Osório, 66 - São Paulo, SP
Tel. 55 11 3335-4990
Terça a domingo, das 10h às 18h
Entrada Gratuita
Equipe Blog do Maurício
Gabriel Santana / Vinícius

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