Jongo
Nessa sexta-feira passada 01/07/2016, tive a oportunidade de participar de uma roda de Jongo no Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes com o grupo Jongo de Guaianás. Eu nunca tinha ouvido falar nessa dança e qual o seu objetivo. A experiência foi incrível! No momento que entrei na roda e dancei lembrei dos leitores do #CantinhodaCultura.
E hoje, irei dividir com vocês mais uma tradição que aprendi :)
O jongo, ou caxambu é um ritmo que teve suas origens na região
africana do Congo-Angola. Chegou ao Brasil-Colônia com os negros de
origem bantu trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas
de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de
Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
A demanda por mão-de-obra para o trabalho na mineração e nas fazendas
de café intensificou o tráfico negreiro. Com a decadência econômica de
outras regiões do país, uma massa imensa de escravos imigrou para o
Sudeste onde, em alguns momentos, mais da metade da população era
formada por africanos, a maioria de ascendência bantu.
A influência da nação bantu foi fundamental na formação da cultura
brasileira.Para acalmar a revolta e o sofrimento dos negros com a
escravidão e distrair o tédio dos brancos, os donos das isoladas
fazendas de café permitiam que seus escravos dançassem o jongo nos dias
dos santos católicos.
Para esses negros africanos e seus filhos, o jongo era um dos únicos momentos permitidos de trocas e confraternização.
O jongo é uma dança profana para o divertimento, mas uma atitude
religiosa permeia a festa. Antigamente, só os mais velhos podiam entrar
na roda. Os jovens ficavam de fora observando. Os antigos eram muito
rígidos com os mais novos e exigiam muita dedicação e respeito para
ensinar os segredos ou “mirongas” do jongo e os fundamentos dos seus
pontos.
Os pontos do jongo têm linguagem metafórica cifrada, exigindo muita
experiência para decifrar seus significados.Os jongueiros eram
verdadeiros poetas-feiticeiros, que se desafiavam nas rodas de jongo
para disputar sabedoria. Com o poder das palavras e uma forte
concentração, buscavam encantar o outro por meio da poesia do ponto de
jongo. Quem recebesse um ponto enigmático tinha que decifrá-lo na hora e
respondê-lo (“desatar o ponto”). Caso contrário, ficava enfeitiçado,
“amarrado”, chegando a desmaiar, perder a voz, se perder na mata, ou até
mesmo morrer instantaneamente. Atualmente esses fatos não acontecem
mais.
O jongo é uma dança dos ancestrais, dos pretos-velhos escravos, do
povo do cativeiro, e por isso pertence à “linha das almas”. Contam que
aquele que tem a “vista forte” é capaz de enxergar um antigo jongueiro
falecido se aproximar da roda para relembrar o tempo em que dançava o
caxambu.
Contam também que alguns jongueiros, à meia-noite, plantavam no
terreiro uma muda de bananeira que, durante a madrugada, crescia e dava
frutos distribuídos para os presentes.
Até hoje, alguns núcleos familiares de afro-descendentes persistem em manter viva a tradição do jongo.
jongodaserrinha.org
Saiba mais sobre o Jongo. Assiste o vídeo, vai.
jongodaserrinha.org
Saiba mais sobre o Jongo. Assiste o vídeo, vai.
Me sinto realizada por sempre poder aprender mais e dividir com vocês!
Espero que tenham gostado e viva a diversidade cultural!
Evelyn
Equipe Blog do Maurício
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