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domingo, 3 de julho de 2016

#CantinhodaCultura

Jongo

Nessa sexta-feira passada  01/07/2016, tive a oportunidade de participar de uma roda de Jongo no Centro de Formação Cultural da Cidade Tiradentes com o grupo Jongo de Guaianás. Eu nunca tinha ouvido falar nessa dança e qual o seu objetivo. A experiência foi incrível! No momento que entrei na roda e dancei lembrei dos leitores do #CantinhodaCultura.
 E hoje, irei dividir com vocês mais uma tradição que aprendi :)
O jongo, ou caxambu é um ritmo que teve suas origens na região africana do Congo-Angola. Chegou ao Brasil-Colônia com os negros de origem bantu trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
A demanda por mão-de-obra para o trabalho na mineração e nas fazendas de café intensificou o tráfico negreiro. Com a decadência econômica de outras regiões do país, uma massa imensa de escravos imigrou para o Sudeste onde, em alguns momentos, mais da metade da população era formada por africanos, a maioria de ascendência bantu.
A influência da nação bantu foi fundamental na formação da cultura brasileira.Para acalmar a revolta e o sofrimento dos negros com a escravidão e distrair o tédio dos brancos, os donos das isoladas fazendas de café permitiam que seus escravos dançassem o jongo nos dias dos santos católicos.
Para esses negros africanos e seus filhos, o jongo era um dos únicos momentos permitidos de trocas e confraternização.
O jongo é uma dança profana para o divertimento, mas uma atitude religiosa permeia a festa. Antigamente, só os mais velhos podiam entrar na roda. Os jovens ficavam de fora observando. Os antigos eram muito rígidos com os mais novos e exigiam muita dedicação e respeito para ensinar os segredos ou “mirongas” do jongo e os fundamentos dos seus pontos.
Os pontos do jongo têm linguagem metafórica cifrada, exigindo muita experiência para decifrar seus significados.Os jongueiros eram verdadeiros poetas-feiticeiros, que se desafiavam nas rodas de jongo para disputar sabedoria. Com o poder das palavras e uma forte concentração, buscavam encantar o outro por meio da poesia do ponto de jongo. Quem recebesse um ponto enigmático tinha que decifrá-lo na hora e respondê-lo (“desatar o ponto”). Caso contrário, ficava enfeitiçado, “amarrado”, chegando a desmaiar, perder a voz, se perder na mata, ou até mesmo morrer instantaneamente. Atualmente esses fatos não acontecem mais.
O jongo é uma dança dos ancestrais, dos pretos-velhos escravos, do povo do cativeiro, e por isso pertence à “linha das almas”. Contam que aquele que tem a “vista forte” é capaz de enxergar um antigo jongueiro falecido se aproximar da roda para relembrar o tempo em que dançava o caxambu.
Contam também que alguns jongueiros, à meia-noite, plantavam no terreiro uma muda de bananeira que, durante a madrugada, crescia e dava frutos distribuídos para os presentes.
Até hoje, alguns núcleos familiares de afro-descendentes persistem em manter viva a tradição do jongo.
 jongodaserrinha.org
Saiba mais sobre o Jongo. Assiste o vídeo, vai.
                         
 Me sinto realizada por sempre poder aprender mais e dividir com vocês!
Espero que tenham gostado e viva a diversidade cultural! 
Evelyn
Equipe Blog do Maurício

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