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domingo, 26 de julho de 2015

#CantinhodaCultura


Tribo Indigena Xingu
Na postagem de hoje, entenderemos os problemas que o povo Xingu enfrenta e suas preocupações com suas terras.
Passado e futuro do Xingu: reflexões
A preservação das culturas xinguanas e dos recursos naturais do território foram as principais questões abordadas nas rodas de conversas realizadas todas às tardes entre as lideranças indígenas. 50 anos após a criação do Parque Indígena do Xingu (PIX), muita coisa mudou para as 16 etnias xinguanas.
A região do entorno cresceu, a produção agropecuária se desenvolveu e já alcançou os limites do território. Xinguanos relatam o aumento de desmatamento e já sentem as mudanças na natureza e no clima do parque. Caciques expuseram suas preocupações e questionamentos sobre o futuro do Xingu. “A gente tem essa terra, onde estamos sobrevivendo, vivendo em paz. Só que temos uma grande preocupação com os desmatamentos, queimadas e destruição nas beiras dos rios. Não sei se o homem branco também está preocupado com isso, eu acho que não, pois essas coisas continuam acontecendo”, disse o cacique Aritana Yawalapiti.

As lideranças também ressaltaram a importância de manter as tradições e estimularam o protagonismo dos jovens para continuar a luta para proteger os limites do território. Alguns citaram a saída de jovens das aldeias para morar na cidade e declararam temer que essa tendência sinalize o abandono das tradições e da luta pela proteção do território no futuro.

Raoni Txucarramãe, liderança indígena Kayapó, participou de todas as discussões e apoiou as colocações dos xinguanos. “Nós temos que defender nossas terras. Quero pedir que os jovens continuem a luta de seus pais e fiquem aqui para continuar defendendo o Xingu e garantir o futuro de nossos netos”. Raoni citou ainda problemas como a construção da barragem de Belo Monte, afirmando que são ações em que o governo brasileiro deveria recuar, pois prejudicarão a todos os indígenas do Xingu. Ele defendeu a importância de se manter a união entre os povos para que projetos como esse de Belo Monte sejam barrados.

Megaron Txucarramãe, sobrinho de Raoni, liderança indígena que morou no PIX durante sua adolescência, também demonstrou seu envolvimento com os povos do Xingu. “As mesmas preocupações que vocês têm com os seus jovens aqui, nós também temos. Hoje estou relembrando tudo o que vivi no Xingu quando era jovem”. Megaron também citou a construção de estradas próximas ao Parque, que têm impacto direto nas comunidades indígenas, e apoiou a fala de Raoni a respeito da UHE de Belo Monte.

Kumaré Ikpeng, liderança indígena do povo Ikpeng e Ianuculá Kaiabi Suia, integrantes da comissão organizadora do evento, também chamaram atenção dos participantes para a oportunidade de discutir temas de interesse de toda a comunidade xinguana. “Temos que nos unir para provar que esta obra de Belo Monte terá impactos negativos para nosso Rio Xingu e nossa sobrevivência”, afirmou Kumaré. “Este é nosso território e o Rio Xingu faz parte dele. É inaceitável que nossos povos não sejam sido consultados no processo decisório de uma obra grande como esta”, completou Ianuculá.
yikatuxingu.org.br
               
                                                                      Equipe Blog do Maurício
                                                                                 Evelyn

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