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domingo, 11 de janeiro de 2015

#CantinhodaCultura

                   Manuel Querino 
 Herói que precisa ser conhecido

      Nasceu em Santo Amaro da Purificação, em 28 de julho de 1851, filho do carpinteiro José Joaquim dos Santos Querino e Luzia da Rocha Pita. Os pais morreram quando Manuel ainda era jovem. Órfão, o menino encontrou conforto na casa de uma amiga da família, que o levou para Salvador, onde recebeu como tutor o Bacharel Manuel Correia Garcia, professor aposentado da Escola Nacional. A tutela de Manuel Garcia garantiu uma boa formação para o pequeno Querino, que aprendeu a ler com o bacharel. Mais tarde, foi Garcia quem incentivou o jovem, já em idade própria, a aprender o ofício de pintor.
Depois de uma curta temporada no Piauí, Manuel Querino foi recrutado para a Guerra do Paraguai, seguindo para o Rio de Janeiro em meados da década de 1860, onde trabalhou como escrita do seu batalhão. Em 1970, findada a guerra, voltou para a Bahia, onde passou a trabalhar como pintor durante o dia e estudar humanidades à noite, no recém-criado Liceu de Artes e Ofícios da Bahia, sendo aluno de Miguel Navarro y Cañizares. Posteriormente, também frequentou o curso de Desenho e Arquitetura na Academia de Belas-Artes, tendo obtido destaque como exímio desenhista geométrico.
Como pesquisador, coletou fontes orais e buscou o reconhecimento da contribuição do negro na história do Brasil. Seus escritos sobre personalidades negras e mestiças insurgiam contra o preconceito e a inferioridade que cercavam o negro deste país.
 Especialista na temática da formação social do Brasil, Querino renegou e combateu as previsões pessimistas que faziam intelectuais defensores do racismo científico como Gobineau e Lapouge, entre outros. O seu artigo “O Colono Preto como Fator de Civilização Brasileira”, apresentado no Sexto Congresso Brasileiro de Geografia é uma resposta aos escritos de Nina Rodrigues.
Apesar da decepção com a extinção da Liga Operária, Manuel Querino não desanimou e seguiu a luta em favor da classe operária e da República. 
Em 1887 lançou o seu jornal chamado “A Província”, que circulou desde 20 de novembro de 1887, dia do lançamento, até o final de 1888. Querino produziu o que se chamaria hoje de um “jornalismo militante”, não era jornalista por profissão, mas utilizava o seu jornal para difundir a suas ideias e opiniões.
Com o abandono da política, Manuel Querino voltou seus olhos para a pesquisa das manifestações populares e da cultura afro-brasileira, tendo escrito inúmeros livros sobre o tema, com ênfase na historia da Bahia, em artes e costumes. Foi seguramente o primeiro intelectual a reconhecer e divulgar a contribuição das culturas africanas à cultura brasileira.
Faleceu em Salvador, no dia 14 de fevereiro de 1923, vítima da malária. Inúmeras homenagens sucederam a morte do intelectual, na Câmara Municipal de Salvador, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola de Belas Artes, entre outros lugares pelos quais Querino passou e por onde contribuiu com sua luta, sua inteligência e seu talento.
        

Querido público do Blog do Maurício imagine um personagem de nossa história e tão pouco conhecido?
Estudou e estudou.
Através dos estudos conseguiu perceber a importância das Artes na construção da valorização de um povo.
Ele conseguiu desenvolver um trabalho focando na valorização da cultura africana, mas com olhar para arte e ao mesmo tempo para luta operária.
Percebendo a importância de aprender e ensinar a todos.
Um verdadeiro herói de nossa história.

Equipe Blog do Maurício
Evelyn
Verão 2014/2015

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