Pichação: também problema ambiental
No Brasil,
existe uma diferença entre o grafite e
a pichação. Ambas tendem a alimentar discussões acerca dos limites da arte, sobre arte livre ou arte-mercadoria e liberdade de expressão.
O grafite, em
princípio, é bem mais elaborado e de maior interesse estético, sendo socialmente aceito como forma de expressão artística contemporânea, respeitado e mesmo estimulado
pelo Poder Público. Já a pichação é considerada essencialmente transgressiva,
predatória, visualmente agressiva,
contribuindo para a degradação da paisagem, vandalismo desprovido de valor artístico ou comunicativo.
Costumam ser enquadradas nessa categoria as inscrições repetitivas, bastante
simplificadas e de execução rápida, basicamente símbolos ou caracteres um
tanto hieroglíficos, de uma só cor, que recobrem os
muros das cidades. A pichação é, por definição, feita em locais proibidos e à
noite, em operações rápidas, sendo tratada como ataque ao patrimônio público ou
privado, e portanto o seu autor está sujeito a prisão e multa. O grafite
atualmente tende a ser feito em locais permitidos ou mesmo especialmente
destinados à sua realização.
Crime
ambiental
No Brasil, a
pichação é considerada vandalismo e crime ambiental, nos termos do artigo 65 da
Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que estipula pena de detenção de 3
meses a 1 ano, e multa, para quem pichar, grafitar ou por qualquer meio
conspurcar edificação ou monumento urbano
Todavia, os
juízes vêm adotando a aplicação de penas alternativas, como o fornecimento
de cestas básicas a entidades filantrópicas ou
a prestação de serviços comunitários pelo infrator.
A grafia da
pichação de São Paulo destaca-se por letras grandes e na vertical, com
curvas e detalhes que fazem o diferencial de cada "pixação" (grafada
com "x") e conhecida como "pixo" ou "tag reto".
Nos anos de
1970-1980, algumas pichações se tornaram bem conhecidas em São Paulo por serem
pioneiras e vistas em várias partes da cidade, despertando a curiosidade das
pessoas: "Cão Fila" (que às vezes era acompanhada de "Km
26") e "Juneca" (que depois passou a contar com a assinatura do
parceiro "Pessoinha"), Cão Fila era de Tozinho, um proprietário de um
canil no km 26 da Estrada do Alvarenga, em São Bernardo do Campo e Juneca se tornou
nos anos seguintes um grafiteiro conhecido.
Celacanto
provoca maremoto
O título do
episódio National Kid Contra os Seres Abissais, do
seriado japonês National Kid, patrocinada pela National Electronics Inc e exibido pela televisão brasileira, durante a década de 1960), deu origem a uma famosa
pichação.
No filme, um
sinistro oceanógrafo adverte um grupo de garotos:
"Não se aventurem nas profundezas dos oceanos. O celacantoquando
se enfurece emite grandes ondas de ódio". A frase, Celacanto
provoca maremoto, aparentemente enigmática, tornou-se onipresente nos
muros do Rio de Janeiro, em 1977.O autor da pichação era o
jornalista carioca Carlos Alberto Teixeira, então com dezessete anos. Na mesma
época, havia outra pichação, o Lerfá Mu. Os dois pichadores
estudavam na PUC-Rio e
inicialmente eram rivais. Inspirado nestas pichações foi lançado, em 1979, o
filme Lerfá Mu escrito e dirigido por Carlos Frederico
Rodrigues.
Infelizmente
aqui na Cidade Tiradentes não é diferente e nem nossa escola. Várias marcas que
acabam deixando a poluição visual por onde andamos.
Será que não existem
outras formas de protestar?
Pense sobre isso
e faça sua parte para o meio ambiente melhor.
Mariane e Geovana
Equipe Blog do
Maurício
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