A Escrava
Anastácia
Escrava Anastácia (Pompéu, 12 de Maio de 1740 — data e local de
morte incerta) é uma personalidade religiosa de devoção popular brasileira,
adorada informalmente pela realização de supostos milagres.
O seu culto foi iniciado em 1968 (Ano Internacional dos Direitos
Humanos decretados pelas Nações Unidas), quando numa exposição da Igreja do
Rosário do Rio de Janeiro em homenagem aos 90 anos da abolição, foi exposto um
desenho de Ettiénne Victor Arago representando uma escrava do século XVIII que
usava máscara de ferro (método empregado nas minas de ouro para impedir que os
escravos engolissem o metal).
No imaginário popular, a Escrava Anastácia foi sentenciada a usar
a máscara por um senhor de escravos despeitado com a recusa de Anastácia em
manter relações sexuais com ele.
A máscara seria retirada apenas para que ela fizesse as refeições, e a escrava terminou por morrer de maus-tratos, em data ignorada.
A máscara seria retirada apenas para que ela fizesse as refeições, e a escrava terminou por morrer de maus-tratos, em data ignorada.
Em virtude da escassez de dados disponíveis a seu respeito,
pode-se dizer, porém, que o seu calvário teve início em 9 de Abril de 1740, por
ocasião da chegada no Rio de Janeiro de um navio negreiro chamado “Madalena”,
que vinha da África com carregamento de 112 negros Bantos, originários do
Congo, para serem vendidos como escravos nesse país.
Entre esta centena de negros capturados em sua terra natal, vinha,
também, toda uma família real, de “Galanga”, que era liderada por um negro, que
mais tarde se tornaria famoso, conhecido pelo nome de “Chico-Rei”.
Delmira, mãe de Anastácia, era uma jovem formosa e muito atraente
pelos seus encantos pessoais, e, por ser muito jovem, ainda no cais do porto,
foi arrematada por um mil réis.
Indefesa, esta donzela acabou sendo violada ficando grávida de um
homem branco, motivo pelo qual Anastácia, a sua filha, possuía “olhos azuis”,
cujo nascimento se verificou em “Pompeu”, em 12 de Maio, no centro-oeste
mineiro.
Antes do nascimento de “Anastácia”, a sua mãe teria vivido, algum
tempo, no Estado da Bahia, onde ajudou muitos escravos, fugitivos da
brutalidade, a irem à busca da liberdade.
A história nefanda se repete: Anastácia, por ser muito bonita,
terminou sendo, também, sacrificada pela paixão bestial de um dos filhos de um
feitor, não sem antes haver resistido bravamente o quanto pôde a tais assédios;
depois de ferozmente perseguida e torturada, a violência sexual aconteceu.
Apesar de toda circunstância adversa, Anastácia não deixou de sustentar
a sua costumeira altivez e dignidade, sem jamais permitir que lhe tocassem, o
que provocou o ódio dos brancos dominadores, que resolvem castigá-la ainda mais
colocando-lhe no rosto uma máscara de ferro, que só era retirada na hora de se
alimentar, suportando este instrumento de supremo suplício por longos anos de
sua dolorosa, mas heroica existência.
As mulheres e as filhas dos senhores de escravos eram as que mais
incentivavam a manutenção de tal máscara, porque morriam de inveja e de ciúmes
da beleza da “Negra Anastácia”. (Onde o seu espírito, combate à inveja, ciúmes
e a injustiça).
Anastácia já muito doente e debilitada é levada para o Rio de
Janeiro aonde vem a falecer, sendo que os seus restos mortais foram sepultados
na Igreja do Rosário que, destruída por um incêndio, não teve como evitar a
destruição também dos poucos documentos que poderiam nos oferecer melhores e
maiores informações referente à “Escrava Anastácia” – “A Santa” (assim, é
venerada dentro da religião afro-brasileira), além da imagem que a história ou
a lenda deixou em volta do seu nome e na sua postura de mártir e heroína, ao
mesmo tempo.
Descrita como uma das mais importantes figuras femininas da
história negra, Escrava Anastácia é venerada como santa e heroína em várias
regiões do Brasil. De acordo com a crença popular, a Escrava Anastácia continua
operando milagres.
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Equipe Blog do Maurício
Evelyn
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