Tributo aos mortos
No Brasil, no Dia dos Finados, até há alguns anos, era
comum famílias de descendentes de
japoneses deixar um prato de comida ou bebidas diante de túmulos dos
antepassados. Os japoneses ofereciam refeições (comida e bebida) aos mortos,
seguindo a tradição xintoísta. Hoje esta prática é condenada no Japão,
considerada anti-higiênica. O pratinho de comida continua a ser oferecido no
Hotokesama, o santuário doméstico em reverência aos antepassados.
Nas Escrituras Budistas lê-se que um dia o monge Mokuren
viu a mãe morta sofrendo de fome nas profundezas do inferno. A oferta de uma
tigela de arroz ajudou a aliviar a dor dela. A tradição de oferecer comida e
bebida aos mortos vem daí. A prática foi proibida pelo governo japonês, por
atrair corvos aos cemitérios.
Aos pioneiros imigrantes, o governo japonês recomendava
não expor o hotokesama na sala de estar. A cautela era para que a diferença de
crenças não chocasse os brasileiros. O santuário era colocado no quarto de
dormir. A clandestinidade favoreceu o ecumenismo. Assim, a maioria dos
descendentes de japoneses no Brasil, além de batizados com nomes cristãos,
aderiu ao catolicismo, mas não se esqueceu de prestar reverências aos
ancestrais.
Equipe Blog do Maurício
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