Alguns fatores que interferem no asfalto de SP e do
Brasil
http://g1.globo.com/am/amazonas/transito/noticia/2016/04/populacao-cobra-o-fim-de-buracos-em-ruas-de-todas-zonas-de-manaus.html |
Dickran Berberian, professor da Universidade de Brasília
(UnB) e João Virgílio Merighi, professor de engenharia da Universidade Presbiteriana
citam alguns fatores que afetam o asfalto em nossas ruas:
Água
“O leigo imagina que o revestimento asfáltico (que fica
por cima) é o mais importante na durabilidade e segurança. É importante, mas
não o mais. Isso porque, para se fazer o asfalto, começa-se da camada original
do terreno, chamada de sub-leito. Essa camada é feita de terra e solo
compactado. É a espinha dorsal do pavimento. E o solo não gosta de água. Se
molhar, perde a resistência. Essa é no fundo a principal função do
revestimento: não deixar entrar água no sub-leito, na sub-base e na base”.
Negligência
“O buraco é um atestado de negligência. Começa assim: se
o asfalto deformar mais que o limite calculado, se produz uma trinca, que é o
primeiro câncer. Na primeira chuva, a água desce pela trinca. Ela enfraquece a
estrutura que é de solo. Na próxima chuva, já se cria deformação. Na chuva
seguinte, a água já entra pelas trincas e laterais não protegidas. No próximo
ano, aquela deformação vira panela. E na próxima, cratera. E dá-lhe tapa
buraco, réplica do tapa buraco e tréplica do tapa buraco. Falta a manutenção do
nosso asfalto. Pode-se fazer um paralelo com dor de dente: tratou a cárie no
começo não tem dor, não toma tempo, não fica caro e não perde o dente”.
Exigência baixa
“A estrada tem que ser lisa, não pode ter sinal de emenda
entre uma faixa e outra. Por uma questão cultural, os fiscais e executores
acham que aquele padrão está bom. Também não estamos acostumados a ver coisa de
qualidade com o mesmo custo. Há pessoas que estão felizes (com novas estradas e
recapeamentos) e nem sabem que, com o imposto que se paga, dá para fazer coisa
muito melhor. O próprio operário não tem capricho de ver a coisa bem feita.
Isso não quer dizer que já não foi pior”.
Tecnologia
“O país está atrasado tecnologicamente. Mesmo usando
tecnologia dos anos 60, fazemos pavimentos bons. (Em relação às rodovias do
exterior) Também conseguiríamos fazer bons pavimentos, mas não tão bons quanto.
Por exemplo, quando você dirige um carro e está chovendo, é importante ter
aderência para o carro não derrapar. Nosso método antigo não prevê isso. O
método moderno entra ainda com aderência para um veiculo que esteja a 100 km/h
parar, por exemplo”.
Material
“Tem também a qualidade de materiais. Quantos fabricantes
de asfalto temos no Brasil? Um, a Petrobras. Não tem concorrência. O que existe
é a indústria de aditivos químicos para melhorar qualidade do asfalto e
aumentar a resistência do material. Será que eles são colocados conforme estão
escritos nos editais? Além disso, você tem um país com extensões e climas
diferentes, mas tudo é colocado no mesmo saco. Muitas vezes, estão empregando
técnicas e tecnologias do Sul em obras lá no Norte. A nossa infraestrutura
daqui, no Norte dura 6 meses ou um ano”.
Qualificação
“Não temos pessoas de elevado nível técnico para atender
a demanda. Muitas vezes, não é dinheiro: precisa-se é de gente capacitada.
Metade ou mais (dos engenheiros) não estão. Muitos estão errando e não sabem,
por falta de conhecimento técnico. Isso é um grande entrave”.
Adaptação http://exame.abril.com.br/brasil/por-que-o-asfalto-brasileiro-e-mesmo-uma-porcaria/
Pelo jeito carros particulares ou mesmo público ainda
sofreram o desgaste com os buracos e nós diretamente seja no bolso ou mesmo nos
trancos que sofremos em nosso corpo quando passamos por ele.
Infelizmente temos muito que melhorar em nosso país.
Andrei / João
Equipe Blog do Maurício
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