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domingo, 16 de novembro de 2014

#CantinhodaCultura

                    
 Conceição Evaristo

 Conceição Evaristo nasceu em 1946, em uma favela na cidade de Belo Horizonte. Filha de uma lavadeira que, assim como Carolina Maria de Jesus, matinha um diário onde anotava as dificuldades de um cotidiano sofrido, Conceição cresceu rodeada por palavras. Como gosta de enfatizar em suas entrevistas, isso não significa dizer que vivesse cercada de livros, mas que bebia na fonte da memória familiar através das histórias que os mais velhos lhe contavam.
Tendo sido exposta desde pequena às crueldades do racismo, Conceição tornou-se uma escritora negra de projeção internacional, além de uma militante que atua dentro e fora dos marcos da academia: é mestre em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e conclui atualmente seu doutorado em Literatura Comparada na Universidade Federal Fluminense. Publicou seu primeiro poema em 1990, no décimo terceiro volume dos Cadernos Negros, editado pelo grupo Quilombhoje, de São Paulo. Desde então, publicou diversos poemas e contos nos Cadernos, além de uma coletânea de poemas e dois romances.
No entanto, é muito provável que você nunca tenha ouvido seu nome.
Como diz Cuti, escritor e pesquisador da literatura negra, “a literatura é poder, poder de convencimento, de alimentar o imaginário, fonte inspiradora do pensamento e da ação”. A obra de Conceição Evaristo tem o objetivo claro de revelar a desigualdade velada em nossa sociedade, de recuperar uma memória sofrida da população afro-brasileira em toda sua riqueza e sua potencialidade de ação.
Dia 20 de novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra, é preciso fazer emergir a luta, o conflito, os impedimentos e a demanda por igualdade.
É preciso lembrar que vivemos em um país racista que, mesmo quando celebra o negro, acaba por fechá-lo nos costumes, no lúdico, mantendo o impedimento ao domínio intelectual e político.
Conceição Evaristo nos diz isso: a mulher negra não é só para ser corpo, beleza, dança… “Negro é lindo”, mas lindo também porque pensa, porque escreve, porque debate e porque luta.
Equipe Blog do Maurício
(Evellyn)
Enzo Rodrigues

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