Akins Kintê
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Nessa semana, tivemos a
honra de ter recebido Akins Kintê em nossa escola. Para quem não sabe, o poeta
venceu o Primeiro Festival de Poesia em São Paulo! E pesquisando mais sobre
ele, encontrei uma entrevista no mural.blogfolha.uol.com.br sobre esse dia
e sobre ele. E para deixar aquela nostalgia de quando tivemos sua presença,
deixo uma parte da entrevista para vocês!
O poeta Akins Kintê venceu o
1º Festival de Poesia de São Paulo, realizado em 22 de outubro no Centro
Cultural São Paulo. Fábio Monteiro, 30, desde os 15 anos utiliza o nome
artístico Akins Kintê, de referências africanas. Com dois livros publicados, o
poeta circula por diversos saraus das periferias de São Paulo. Morador da
Brasilândia, na zona norte da cidade, ele organiza mensalmente em sua casa o
‘Sarau do Kintal’. O Mural conversou com ele após o evento sobre como foi
receber a premiação.
Como funciona o seu processo criativo? Como você define o seu
estilo?
Preciso de concentração, ele
(o poema) precisa nascer no meu coração, depois percorrer pelo labirinto da
mente. Se o poema achar a saída, ele nasce. Gosto de escrever em casa, de reler
o poema um monte de vezes até ficar bem lapidado. Meu estilo: poeta negro de
periferia.
Como foi levar o prêmio principal? Qual a importância dele pra
você?
Ganhar o prêmio foi sofrido.
Só tinha monstro da cena literária, o mais comum era eu, um xucro na rua da
arte. Para mim, a maior importância de ganhar esse prêmio é ver como esse poema
está sendo importante, pois trata de racismo, enfrentamento, opressão… E
sabemos que São Paulo tem se mostrado reacionária ao extremo. Então isso é
muito importante.
Qual é a dica para a molecada que quer fazer poesia? Dá pra viver
de poesia?
A poesia pra mim é estilo de
vida, minha filosofia. Se tem vontade de fazer poesia, faça mesmo. Acho que o
único que pode dizer não pra você, é você mesmo… Mas tem que ser insistente,
leitura é bom alimento pra escrita. Eu gosto de fazer oficina, então consigo
arrumar um troco dando aula.
A periferia tem cada vez mais respirado a poesia com os saraus e
outros movimentos literários. Qual sua visão sobre esse cenário?
Importantíssimo, transformar
bares, quintais, esquinas de ruas, os becos e vielas, campos em centros
culturais. Mesmo sem apoio da prefeitura fazer acontecer a arte. Sou da geração
que está vivenciando esse momento importante nas quebradas do Brasil, muitas
pessoas voltando a estudar, vários outros sabendo que não pode ficar bem louco.
Isso não pode parar nunca.
Seu nome é forte, poético. Qual a história dele? Afinal, quem é o
Akins Kintê?
Nasci como Fabio Monteiro,
mas desde os 15 anos uso Akins Kintê. Quando comecei a ler, conheci Akins, que
significa jovem guerreiro em Yorubá (umas das línguas da Nigéria); o Kintê vem
da leitura do livro Negras Raízes. Kunta Kintê é um personagem sequestrado da
aldeia Juffure, na África. Ele vem para o terror das Américas, onde é
brutalmente perseguido, humilhado, espancado, mas nunca deixa seus costumes,
sua “Africanidade”. Por isso, uso também esse nome. Akins Kintê é maloca, do
jeito dele, com os poeminhas e filmes que faz bate de frente com as injustiças.
Romântico e doido (risos).
Mas afinal, que poesia foi
essa que fez Akins Kintê ganhar o tal prémio? Abaixo, deixo para vocês “Duro
não é o cabelo” de Akins Kintê! Confere aí! :)
Evelyn
Equipe blog do Maurício
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