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domingo, 6 de novembro de 2016

#CantinhodaCultura

Akins Kintê
http://mural.blogfolha.uol.com.br/
Nessa semana, tivemos a honra de ter recebido Akins Kintê em nossa escola. Para quem não sabe, o poeta venceu o Primeiro Festival de Poesia em São Paulo! E pesquisando mais sobre ele, encontrei uma entrevista no mural.blogfolha.uol.com.br sobre esse dia e sobre ele. E para deixar aquela nostalgia de quando tivemos sua presença, deixo uma parte da entrevista para vocês!
O poeta Akins Kintê venceu o 1º Festival de Poesia de São Paulo, realizado em 22 de outubro no Centro Cultural São Paulo. Fábio Monteiro, 30, desde os 15 anos utiliza o nome artístico Akins Kintê, de referências africanas. Com dois livros publicados, o poeta circula por diversos saraus das periferias de São Paulo. Morador da Brasilândia, na zona norte da cidade, ele organiza mensalmente em sua casa o ‘Sarau do Kintal’. O Mural conversou com ele após o evento sobre como foi receber a premiação.

Como funciona o seu processo criativo? Como você define o seu estilo?
Preciso de concentração, ele (o poema) precisa nascer no meu coração, depois percorrer pelo labirinto da mente. Se o poema achar a saída, ele nasce. Gosto de escrever em casa, de reler o poema um monte de vezes até ficar bem lapidado. Meu estilo: poeta negro de periferia.

Como foi levar o prêmio principal? Qual a importância dele pra você?
Ganhar o prêmio foi sofrido. Só tinha monstro da cena literária, o mais comum era eu, um xucro na rua da arte. Para mim, a maior importância de ganhar esse prêmio é ver como esse poema está sendo importante, pois trata de racismo, enfrentamento, opressão… E sabemos que São Paulo tem se mostrado reacionária ao extremo. Então isso é muito importante.

Qual é a dica para a molecada que quer fazer poesia? Dá pra viver de poesia?
A poesia pra mim é estilo de vida, minha filosofia. Se tem vontade de fazer poesia, faça mesmo. Acho que o único que pode dizer não pra você, é você mesmo… Mas tem que ser insistente, leitura é bom alimento pra escrita. Eu gosto de fazer oficina, então consigo arrumar um troco dando aula.

A periferia tem cada vez mais respirado a poesia com os saraus e outros movimentos literários. Qual sua visão sobre esse cenário?
Importantíssimo, transformar bares, quintais, esquinas de ruas, os becos e vielas, campos em centros culturais. Mesmo sem apoio da prefeitura fazer acontecer a arte. Sou da geração que está vivenciando esse momento importante nas quebradas do Brasil, muitas pessoas voltando a estudar, vários outros sabendo que não pode ficar bem louco. Isso não pode parar nunca.

Seu nome é forte, poético. Qual a história dele? Afinal, quem é o Akins Kintê?
Nasci como Fabio Monteiro, mas desde os 15 anos uso Akins Kintê. Quando comecei a ler, conheci Akins, que significa jovem guerreiro em Yorubá (umas das línguas da Nigéria); o Kintê vem da leitura do livro Negras Raízes. Kunta Kintê é um personagem sequestrado da aldeia Juffure, na África. Ele vem para o terror das Américas, onde é brutalmente perseguido, humilhado, espancado, mas nunca deixa seus costumes, sua “Africanidade”. Por isso, uso também esse nome. Akins Kintê é maloca, do jeito dele, com os poeminhas e filmes que faz bate de frente com as injustiças. Romântico e doido (risos).

Mas afinal, que poesia foi essa que fez Akins Kintê ganhar o tal prémio? Abaixo, deixo para vocês “Duro não é o cabelo” de Akins Kintê! Confere aí! :)
            
 Evelyn
Equipe blog do Maurício

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