Não
desista de mim
Foto de Miguel Galiotto
Não é fácil se olhar e não se ver
Não é fácil perceber que pessoas da sua história não
estão com você
Consigo fechar os olhos e sentir o cheiro de arroz doce
feito pela minha avó. Especialmente para mim.
Somos daquelas famílias que o amor é demonstrado na
comida. Não no beijo, nem no abraço e nem nas palavras.
Vivi isso com meus filhos e agora reproduzo com os meus
netos (sempre ando com minhas balinhas).
Não é fácil perceber minha fragilidade , tão ágil em
outro momento e agora com tantos problemas de saúde que chego nem acreditar
(não enxergo direito, não lembro, travo a coluna e preciso sentar).
Vivo cansada.
Mais quando chega o final de semana como espero meus
filhos e netos.
Se ficarem muito tempo, fico cansada e irritada, mas se
não aparecem como me sinto abandonada.
Irritação... Uma palavra que me persegue agora todo
momento: um pano fora do lugar, uma janela fechada ou aberta, perguntas idiotas
ou qualquer outra besteira.
Parece que a tolerância de outros tempos ficou no
passado.
Também ajudando as pessoas se afastarem.
E por enquanto continuo aqui...
Não desista de mim. Não desista.
Andréia Viçoso
Equipe Blog do Maurício
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